domingo, 20 de janeiro de 2008

Divagações



Às vezes a lua alta parece inebriar

Com emoções nossos corações inquietos

Alimentando o ódio e razão de momentos sóbrios

Escondidos na escuridão...

E esses pensamentos afiados que cortam nossas mentes puras machucando até a alma de unicórnios doces...

Que sangra a carne intensamente de olhos fechados e mentes abertas.

E ao maior flerte de luz surge o astro entre montanhas cansadas e faz com que esses pensamentos maus se afastem. E tudo parece vivo e menos assustador agora.

Mas uma luz que reflete as paredes da vida viva absorve a ilusão de tudo que se passou em vão.

Vãs coisas, meras... (sempre coisas). E há essa expectativa do absurdo e incompreensível que mesmo estando penetradas em minhas fibras não posso compreender...

Se não posso compreender, fugirei sem dor...

se fugir sem dor, matarei.Cultivar cactos de prazer, nascerei.

Mesmo de cá para lá, o cavalo cega.

No meio dessa solidez desértica, corro buscando a fuga... Mas só percebo que a cada momento mais distante pareço estar cada vez mais perto disso, que dói. E num momento cruel e solitário percebo que o que me traz dor; o que machuca e dói sou só eu fugindo de mim.

Nós sofremos por ter-mos ótimas expectativas...

Expectativa morta, como tantas outras, e na verdade não me importo.

não tenho expectativa, assim não há decepção quando ninguém e nada vem.

Sonho apagado por cessões do futuro...

Vida morta, contraditória e mentirosa. O que é tu que se sente tão forte tentando subestimar minha capacidade, querendo me dominar, enfiando por goela a baixo essa sua idéia fútil do que sou eu ? O que pensas ser? Porque se julga tão forte vida? Você é mero ciclo que tem fim...

Quando você sabe que seu tempo está contado

Talvez então você comece a entender

Que a vida aqui embaixo é apenas uma

Estranha ilusão. Uma estranha ilusão

Repleta de solidão onde o verdadeiro machuca

E o falso alivia... Tudo se resume a nada

E nada...

Esse nada que não existe, esse vácuo inacabado que não se resume, mas se preenche com toda a existência. Humanidade sórdida, duvidosa, irresponsável. Minha raça, minha lastima, minha dor, meu defeito. Ser humano... Ser imperfeito cheio de vaidade sem nem ser coisa mais importante que bichos de jardins!

Tudo está sempre bem e o repetir-se dos dias são alheios à nossa apreciação subjetiva da realidade... Tudo se repete como sempre, dias se sucedem iguais, sem nenhuma surpresa... A rotina esta plantada no coração do mundo...

Imperfeito sentir... Reis e rainhas se atracam por poder... Quero deitar na minha rede e olhar as estrelas ao lado de quem pareço amar enquanto me resta algum pessimismo ainda, para ao menos me encher de elogios que incham minha vaidade..

A dor que prende você, O medo que te cega.

Libera vida em mim...

Quanto mais eu tento me completar, mais vazio eu vou ficando...

Desaparecendo para não co-exisir com meus interiores..

Núcleo celular... É só a conclusão que tiro de mim mesmo... Vazios, sem expectativas, retratos da construção histórica que minha subestimada inteligência permite ver. Regras odiosas, retratos mentirosos, Vazios e juntos e contraditoriamente sozinhos. Sou eu, é você...





(Rafael SM & Babi)

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